Quando Perdemos Alguém que Amamos...: Monumentos...

16 de março de 2009

Monumentos...

Hoje sou capaz de criar um monumento...de abrir as portas ao Mundo E gritar num tom agudo A vida é um segundo...

Ouve o dizer de meu coração em compassos de sofreguidão, que o laço não tenha mais fim!...

Vem junto a mim!...

Deixa-me ouvir a tua voz O tom, ritmo da espera atroz De anos que parecem minutos sem fim!...

Vem… vem junto a mim!...

Fala-me ao ouvido Palavras que só tu sabes querer, que eu queira pr`a sempre entender!...

Vem… vem junto a mim!

E toca-me num tocar sentido e amada apenas por você...

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Um Pedaço de mim...

Perdi o meu Pai aos 4 anos, e não posso dizer que hoje já não choro ao falar disso. Sinto tanta falta dele e ao mesmo tempo tenho tão poucas lembranças.

Queria ter podido aprender as coisas que sei hoje com ele...Queria que ele se orgulha-se pela mulher que hoje me tornei...Queria ter aquela briga de Pai e filha só p´ra saber como é que são as reeconciliações...

Tenho saudades de ficar com insonias e lhe fazer compania na sala de estar, enquanto ele ouvi as suas musicas, e me enche de mimos... Tenho tantas saudades tuas Pai, que nem queres imaginar.

Cresci com as minhas tias, porque quando o meu Pai era vivo não deixou que a minha mãe termina-se os estudos, dizia que tinhamos tudo o que precisavamos. Mas quando ele morreu, tudo virou do avesso, tiraram-nos quase tudo que tinhamos, so não perdemos o tecto porque a minha mãe foi muito forte e valente.

Quando ela começou a trabalhar eu me afastei dela porque nunca parava em casa, aprendi a ser sozinha porque nem as minhas tias eram o que ela pensava. De noite quando dormiamos minha mãe só chorava e eu não conseguia perceber porque.

Demorei muito a perceber muita coisa e agora sou uma Menina Mulher...Hoje eu olho p´ra atrás e percebo o quanto ela lutou p´ra chegarmos todos até aqui, o que tivemos de atravessar para ter o que temos agora, as condições, a educação a vida que levamos, e dou Graças a Deus por nunca ter nos abandonado e deixado de olhar por nós.

Lembro na minha 4º Classe, quando a minha professora (uma das melhores pessoas que já conheci) mandou fazer uma redação e fazer uma prenda alusive ao dia do Pai... Todos na turma estavam ansiosos, escreviam sem parar, gritavam estavam felizes porque sabiam exactamente o que escrever. Eu olhava-os parada no meu canto e tinha apenas escrito o nome dele.

Tinha sempre os olhos marejados, porque sentia falta dele e não entendia direito porque que me sentia tão vazia por dentro, até que uma amiga chegou p´ra mim e deu-me um forte abraço... foi a gota d´agua, lagrimas sem fim jorravam dos meus olhos, suspiros, ficava sem ar e voltava a chorar de novo, desde a morte do meu pai e dos meus irmãos, eu nunca havia deitado uma lagrima até aquele dia...

Aprendi a ser mais aberta comigo mesma, mais sincera e verdadeira.

Sempre que estou sem sono, rezo e canto a noite toda, mas quando isso acontece os meus olhos nunca estão secos porque as lembranças volta feito um filme de longa metragem.

Sei que a muitos como eu, com um principio, um meio ou um fim igual. Choram as escondidas, se fecham no quarto, tornam isso um bicho de 7 cabeças.

A solidão pode ser boa até um certo tempo, mas mata-nos por dentro, porque nos faz esquecer as palavras e usa a dor como comunicação.

Isso é um terço da minha história, isto é um pedacinho das coisas que mais ninguém sabe a não ser Deus e eu, mas agora quero passar isso a você e poder contar com você e a tua história p´ra ser uma pessoa melhor...
Muitos preferem sofrer calados, mas não tenhem noção do que isso nós transforma mais tarde. Já consigo falar sobre ele com mais calma e consciência porque aprendi a lapidar a dor, mas quantos de nós são capazes de fazer isso? Quantos de nós conseguem aprender com isto?

Meu Pai é o meu heroi porque deu a vida por mim, e pelos meus irmão e principalmente a minha mãe. Mas agora só o tenho em fotos e lembranças, mas isso não quer dizer que eu deixei de chorar por ele, apenas sei que falar sobre isso, doi e ao mesmo tempo aminiza a minha dor....

Hoje tenho uma mãe e 5 irmãos, pode não ser completa, mais ainda posso chama-la de Familia...

Eu amo você Pai

"Algumas Dicas"

O meu objectivo ao falar deste tema, além de tentar verbalizar os meus sentimentos, é sobretudo entender melhor este fenómeno. Como seres humanos que somos, a única certeza que temos nesta vida (se é que existe outra...) é que iremos morrer um dia... A minha morte não me faz confusão, sei que isso vai acontecer e nada posso fazer... O que não consigo aceitar é a morte dos meus amigos, familiares... Nos últimos anos perdi pessoas extremamente importantes. Não vou dizer que ultrapassei completamente o desgosto e a dor, porque sei que vou sentir a falta deles todos os dias da minha vida, apenas aprendi a lidar com a ausência deles. A morte do meu Pai custou me particularmente a aceitar...Talvez por ter acompanhado perto demais a sua fase terminal, bem como os seus últimos dias... vi uma faceta que não conhecia e que tive que aceitar e adaptar-me a ela... Quando era pequena pensava que meus pais e meus amigos eram intocáveis e imortais, que estariam sempre presentes para tomar conta de mim... mas a vida encarregou-se de me mostrar uma realidade bem diferente... Os pais tomam conta dos filhos e mais tarde, seremos nós a fazer o mesmo por eles... Aceitar a morte do meu Pai foi extremamente difícil e penoso.

Quando Perdemos Alguém que Amamos...

16 de março de 2009

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